Arqueólogos vão reconstruir e preservar castro da Idade do Ferro em Mogadouro

Após quatro anos de investigação sobre uma fortificação da Idade do Ferro, em Vilarinhos do Galegos (Mogadouro), os investigadores vão agora avançar para a reconstrução e preservação deste sítio com 2.500 anos.

Os resultados das escavações que envolveram alunos e arqueólogos e outros técnicos da Universidade do Minho (UM) permitiram esclarecer um conjunto de dúvidas existentes em relação às funções da "primitiva fortificação".

O Castelo dos Mouros, como é conhecido a nível local, está situado numa zona rochosa sobranceira ao rio Douro, em pleno Parque Natural do Douro Internacional.

"Agora estamos apostados em desenvolver uma segunda fase de trabalhos arqueológicos que vai ao encontro da conservação, reconstrução e valorização do sítio, tornando-o assim, num espaço visitável que faça parte dos roteiros da arqueologia castreja", disse à Lusa António Dinis arqueólogo da UM.

A antiga fortificação remonta à era pré-romana e tinha como função defender um enorme povoado existente no local onde as sondagens arqueológicas se realizaram ao longo dos últimos quatro anos.

"Conhecia-se muito pouco sobre a Idade do Ferro na região do Douro Superior.Com as escavações em sítios como o castro de Vilarinhos dos Galegos, o de Crestelos (no concelho de Mogadouro) e o Castelinho (em Torre de Moncorvo), estes locais trouxeram uma mudança de paradigma em relações a este período histórico no noroeste peninsular ", acrescentou o investigador.

fortificação tinha como objetivo defender uma comunidade rural que existiu junto a Vilarinho, numa área sobranceira ao rio Douro com mais de 2.500 anos. "As sondagens arqueológicas agora terminadas deixam-nos antever que o local teve uma ampla ocupação ao longo dos séculos", frisou.

O sistema defensivo é de difícil acesso. É composto por um campo de pedras fincadas, fosso escavado na rocha com cerca de quatro metros de profundidade e um enorme conjunto de muralhas, com seis metros de altura e outros tantos de largura, o que constituía um obstáculo para quem pretendesse atacar o povoado vindo do rio Douro.

Segundo o arqueólogo ao serviço do município de Mogadouro, Emanuel Campos, a ocupação da área do castro e de toda a área envolvente está cronologicamente situada ente a Idade do Ferro e os nossos dias.

De acordo com os investigadores, pouco se sabia da história relacionada com a fortificação, que é a primeira de um conjunto de duas ou três que foram ser alvo de investigação nos últimos anos no concelho de Mogadouro.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Mogadouro, Francisco Guimarães, mostrou-se disponível para dar continuidade aos trabalhos, afirmando que há uma importante espólio arqueológico no concelho e na região, pelo que "é preciso continuar a expandir este tipo de trabalhos arqueológicos".

Todas estas revelações foram feitas no decurso do 2.º Encontro de Arqueológico, que termina sábado com uma visita ao local por um conjunto especialistas e professores universitários, numa iniciativa promovida pelo Câmara local.
FYP // MSP Lusa/fim

Fonte: Lusa
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