‘O sexo e a história’: falando de sexo com objetos arqueológicos

A iniciativa pioneira da Universidade de Exeter, “O sexo e a história” está a proporcionar uma nova maneira de abordar temas difíceis na educação sexual como, por exemplo, o sexo.

Liderado pelas professoras de História Kate Fisher e   Rebecca Langlands , o projeto “ O Sexo e História” concebeu um novo recurso didático que agora está a ser utilizado na escolas secundárias inglesas, oferecendo uma forma mais eficaz na abordagem de algumas das questões mais difíceis na educação sexual , através da análise e discussão de artefactos antigos.

Concebido para jovens com idades entre 14 e os 19 anos, o projeto utiliza objetos como, por exemplo, um cinto de castidade do séc. XVIII, amuletos fálicos romanos usados por soldados e um casal a copular representado numa pequenina estatueta chinesa de marfim do séc. XIX. Os artefactos pertencem às reservas do Museu de Ciência de Inglaterra e foram reunidos em todo o mundo por Henry Wellcome (1853-1936), nunca tendo sido expostos ao público.

"os objetos constituem o elemento catalisador perfeito para levar os jovens a falar abertamente sobre os problemas e as questões mais importantes relacionadas com o sexo".  A equipa responsável por este projeto pioneiro foi capaz de demonstrar, através desses objetos arqueológicos,  “como as práticas e convenções sexuais mudaram ao longo do curso da história”, levando os jovens de hoje a serem incentivados para discutir as suas próprias opiniões, ideias e preocupações sobre o sexo na atualidade.

Como explica Rebecca Langlands, "os objetos constituem o elemento catalisador perfeito para levar os jovens a falar abertamente sobre os problemas e as questões mais importantes relacionadas com o sexo".

Esta nova pedagogia permite a construção de ambientes mais específicos e conversas sérias com os jovens. o  que normalmente é muito difícil de alcançar num contexto tradicional de sala de aula, onde muitas vezes a educação sexual se torna desconfortável para os professores e os alunos.

O novo recurso de ensino, concebido em parceria com “Relationships and Sex Education Hub" (Hub RSE), está articulado com uma exposição de artefatos históricos intitulada "Mundos Íntimos" , patente no  Royal Albert Memorial Museum  Art Gallery (RAMM),  em Exeter.

Segundo a professora Kate Fisher "estes artefactos provenientes de culturas antigas funcionam como um estímulo produtivo e desafiador,  proporcionando uma maior distância e segurança para discutir assuntos sensíveis. Os jovens encontram, através destes objetos, uma nova forma de discutir o sexo sem constrangimento porque, na verdade, eles falam sobre a história, sobre lugares e tempos distantes. Vídeo »»

Estes artefactos, todos provenientes de culturas antigas, funcionam como um estímulo produtivo e desafiador, proporcionando uma maior distância e segurança para discutir assuntos sensíveis.  Laura Kerslake, professora de Ética na Universidade de Exeter, ficou impressionada com a forma como os alunos discutiram abertamente os objetos relacionados com o sexo e o seu significado. "Os objetos permite-lhes falar de sexo sem se sentirem auto-conscientes ou pensar sobre si mesmos. Especialmente porque são objetos antigos e não uma imagem cultural moderna, objetos que estão muito distantes, quer culturalmente, quer cronologicamente da vida dos jovens, o que ajuda a torná-los mais seguros enquanto participam da discussão. É também uma ótima maneira de ajudar os professores que podem ser confrontados com um muro de silêncio quando o ensino é educação sexual.

 A exposição "Mundos Íntimos“ abriu no dia 5 de abril e mostra uma extraordinária variedade de objetos da Coleção de Sir Henry Wellcome relacionados com a sexualidade humana, incluindo a pintura em vidro, vasos gregos ou bonecas de fertilidade africanas.

A exposição oferece uma visão sobre a diversidade cultural de atitudes e práticas relativas ao sexo e coloca questões sobre as atitudes modernas, o controle da sexualidade, fertilidade e contracepção, prazer e relações de poder.

A exposição está patente ao publico até ao dia 29 de junho no RAMM, em Exeter.

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